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Carnaval Tradição de 2025 supera participações de maracatus com desfile da Nação e grupos pessoenses

Presente na Duarte da Silveira desde 2018, o Pé de Elefante abre os braços e o coração para relembrar os melhores momentos do Carnaval Tradição de 2025, em que os seis grupos de maracatu foram inseridos e puderam fazer seus desfiles.

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Na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março, a Nação Pé de Elefante desfilou na Duarte da Silveira, no Carnaval Tradição da capital paraibana. Logo em seguida, o grupo de maracatu Baque Mulher João Pessoa, também de baque virado, fez seu cortejo na avenida. A programação de maracatus do dia representa uma parte da grandiosa vitória da cultura popular no Carnaval pessoense, que agora tem como prerrogativa a participação dos grupos de maracatu da cidade no tradicional desfile da Duarte da Silveira.

Quem abriu a avenida, no dia 1 de março, foi o Maracatu Coletivo Maracastelo, seguido do Tambores do Tempo. No dia 2 de março foi a vez do Baque de Raiz, enquanto o Maracatu Quilombo Nagô fechou a temporada de desfiles, no dia 4 de março.

Uma história que remonta a pelo menos dois anos, e uma luta que está longe de terminar. Entre as batalhas junto ao poder público por mais reconhecimento dos maracatus pessoenses e da cultura popular, a entrada oficial desses grupos no Carnaval Tradição representa, com certeza, uma grande conquista para todos nós.

Segundo nosso Mestre, Fernando Trajano, “é muito importante essa inclusão dos maracatus no Carnaval Tradição [...], a gente vem fazendo uma retomada dessa cultura do maracatu que existiu na nossa cidade em décadas passadas. Hoje temos seis grupos e temos essa garantia de que todo ano os maracatus estarão dentro do Carnaval Tradição. A gente recebe esse incentivo para se organizar com os figurinos, estandartes, adereços e logísticas de transporte, alimentação, água, que é bem puxado para os grupos”.

Para a Mestra da Nação, Maria Isabel Franco, “mais do que tocar e dançar, fazemos parte de uma tradição que resgata e fortalece nossas raízes afro-indígenas, aprendemos sobre ritmo, história, resistência e pertencimento, ao mesmo tempo em que construímos um espaço de inclusão e acolhimento. É um lugar onde a cultura se mantém viva, não apenas nas apresentações, mas no dia a dia, nas trocas, nas oficinas e no compromisso de levar o maracatu adiante”, reiterando a importância da valorização e do reconhecimento de uma atividade artístico cultural que suplica por continuidade e apoio a sua resistência.

Pé de Elefante: pisada estrondosa na Duarte da Silveira


É impossível falar do Pé de Elefante na Duarte da Silveira em 2025, sem começar destacando a presença ilustre e alegórica do barco da Nação, que navegou pela avenida carregando o nosso querido elefante, um símbolo da nossa história e do nome que orgulhosamente levamos adiante há quase 17 anos.

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Logo atrás, a bateria trovoada ecoou com seus agbês, caixas, gonguês e tambores em uma só pisada estrondosa. A arquibancada, atenta, animou-se com o som da tradição, da ancestralidade e da beleza que fazia brilhar os olhos de quem sentia na pele a alegria passar. Com novos figurinos, renovados ano a ano, em cada Carnaval, os batuqueiros desfilaram orgulhosos de sua Nação paraibana.

Na sequência, a corte assume o papel de representação histórica e resgate cultural das tradições afro-brasileiras. À frente, as Damas do Paço carregam as Calungas: Maria do Acais, Maria do Peixe e Maria Padilha, nossas três Marias encantadas que sempre nos abençoam e nos protegem nos carnavais.

Como de costume, o Rei e a Rainha da Nação marcaram presença na Duarte da Silveira. O Rei, representado pelo Babalorixá Obadimeji Beto de Xangô, o Pai Beto, Guardião da Jurema Sagrada; e a Rainha, representada pela Curupira Luciana, ambos do Ilê Axé Xangô Agodô e Casa do Catimbó.

O Rei e a Rainha da Nação são símbolos vivos da ancestralidade, da força espiritual e da realeza africana representada nas tradições do maracatu. Sua presença carrega o peso e o brilho de uma história que resiste, que honra os orixás e cultua os encantados. Eles representam a dignidade do povo negro, o poder dos terreiros e a majestade que habita cada gesto, cada passo e cada batida do tambor.

O Carnaval Tradição de 2025 entra para a história como um marco da resistência e da afirmação da cultura popular em João Pessoa. A presença dos seis grupos de maracatu na avenida é uma declaração: estamos aqui, com nossos tambores, nossas histórias e nossas raízes fincadas no chão da memória.

Que esse espaço, conquistado com luta, continue sendo ampliado e respeitado, garantindo que o maracatu, com toda sua força ancestral, sua beleza cênica e sua potência coletiva, permaneça vivo, pulsante e imprescindível em cada novo Carnaval.

Porque quando o maracatu pisa firme, a cultura vibra, a cidade escuta e o povo se reconhece. Nos vemos na Duarte da Silveira em 2026, axé!



 
 
 

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