Projeto Elefantinho fortalece vínculos entre infância, território e maracatu no Centro Histórico de João Pessoa
- Maria Isabel
- 10 de jun.
- 2 min de leitura
Oficinas gratuitas aproximam crianças e adolescentes do maracatu de baque virado no coração do Centro Histórico de João Pessoa.

Em abril de 2025, a Nação Pé de Elefante retomou uma de suas ações mais queridas e transformadoras: o Projeto Elefantinho. Realizado no bairro do Varadouro, no Centro Histórico de João Pessoa, o projeto oferece oficinas gratuitas de maracatu de baque virado para crianças e adolescentes, reunindo cerca de 40 participantes em um percurso formativo que vai até o mês de junho.
As oficinas acontecem na sede da Nação e incluem aulas de percussão, dança e vivências afro-brasileiras, conduzidas pelos mestres Fernando Trajano e Maria Isabel, e também pelos oficineiros Edeuza, Ítalo, Joselma, Lau Capim, Thaismary e Victor, todos integrantes e batuqueiros da Nação. A proposta é aproximar as novas gerações dos saberes que sustentam o maracatu, por meio da convivência, da escuta e da partilha, com cuidado e presença.
O grupo participante desta edição é formado em parte por crianças da Comunidade Porto do Capim, território vizinho à sede e historicamente excluído pelas políticas públicas, mas que resiste com sua potência cultural e sua memória viva.
A iniciativa já vem de outros tempos. O cuidado com a formação de crianças e adolescentes sempre esteve presente no cotidiano da Nação, e o Projeto Elefantinho renasce como continuidade e fortalecimento desse movimento. Agora, com uma estrutura pensada especialmente para elas, a ação se consolida como parte fundamental da atuação do grupo.
Além das oficinas regulares na sede, o mestre Fernando Trajano também tem levado o maracatu para dentro da escola pública Profª Maria de Fátima Souto, em Mangabeira, com atividades realizadas por meio do projeto Sala de Arte, contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) de Fomento à Cultura.
O trabalho reafirma a importância de uma educação artística que enraíza desde cedo no território, na ancestralidade e na coletividade. No Projeto Elefantinho, o tambor não ensina apenas ritmo, ele abre caminhos. Os instrumentos tradicionais como agbê, tambor, caixa e gonguê são aprendidos junto à dança e à expressividade corporal, num ambiente que valoriza o afeto e o respeito mútuo.
Como parte desse processo de cuidado, está em andamento a criação de uma biblioteca infantojuvenil dentro da sede da Nação, com organização já iniciada e um chamado aberto para doações de livros.
Com o Elefantinho, seguimos plantando o maracatu ao longo da infância. Porque quando uma criança bate tambor, dança e ouve uma história de terreiro, ela não está apenas aprendendo uma tradição, ela está se reconhecendo parte de algo maior. E isso é força que atravessa o tempo.
Salve as crianças! Salve os Erês!




















Comentários