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Mvúka da Nação: celebração do Mês da Consciência Negra e encerramento das oficinas 2024

Um encontro de tradição e transformação: Mvúka 2024 celebrou a Consciência Negra com diálogos, música e o emocionante encerramento das oficinas de Maracatu.

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Em novembro, mês que convida à reflexão e celebração da Consciência Negra, o Maracatu Nação Pé de Elefante realizou mais uma edição do Mvúka.


Inspirado pela palavra quicongo que significa "aglomeração ruidosa em momentos de festa e alegria", o evento carrega o espírito de exaltação à cultura afro-brasileira ao promover diálogos sobre identidade, resistência e ancestralidade.


Neste ano, a programação do evento foi marcada pelo emocionante encerramento das oficinas de maracatu de 2024, uma etapa transformadora que culminou com a apresentação dos novos batuqueiros e dançarinos, agora prontos para compor a Nação em mais um Carnaval.


O evento também contou com a vibrante performance da banda Mamma Jazz, liderada por Guilherme Semmedo, artista guineense radicado na Paraíba, que trouxe ao palco um repertório repleto de ancestralidade e fusões culturais.

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Um ciclo de transformações: o encerramento das oficinas 2024


Este ano, o Mvúka teve um momento especial: o encerramento das oficinas de Maracatu de 2024. Após cinco meses de aprendizado e convivência, os participantes se apresentaram ao lado da Trovoada e da Corte, marcando seu ingresso oficial na Nação Pé de Elefante.


A celebração ganhou ainda mais força com a presença de Pai Beto de Xangô, Babalorixá Obadimeji, Guardião da Jurema Sagrada e líder do Ilê Axé Xangô Agodô, a Casa do Catimbó.


É essa ligação com a religiosidade e o respeito à ancestralidade que tornam o Pé de Elefante mais do que um grupo cultural: somos uma Nação, apadrinhada e guiada por um terreiro que pulsa em nossas toadas, passos e batuques.


Durante a apresentação dos novos batuqueiros, Pai Beto cantou duas toadas, conectando a cerimônia às raízes espirituais do Maracatu e tornando o momento ainda mais significativo para todos os presentes.


Para muitos, essa celebração não é apenas o fechamento de um ciclo, mas o início de uma jornada significativa dentro da cultura do Maracatu. Poder ensinar uma pessoa a tocar instrumentos como agbê, caixa, gonguê e tambor, ou a dançar com a força e a alegria do Baque Virado, é uma experiência profundamente gratificante.


Esse processo transforma não só os aprendizes, mas também os que compartilham seus conhecimentos. Com esta iniciativa da Nação, criamos uma corrente de aprendizado que une diferentes origens, culturas e idades.


Com esta etapa finalizada, os novos batuqueiros e dançarinos passam a participar dos ensaios, em especial dos preparativos para o Carnaval, que incluem também a confecção de roupas, adereços e instrumentos musicais.


As oficinas oferecidas pelo Pé de Elefante são um pilar essencial para a preservação da tradição do Maracatu de Baque Virado. Anualmente, elas capacitam novos batuqueiros e dançarinos, além de promover atividades como a confecção de instrumentos e figurinos.


Esse trabalho não apenas perpetua a cultura popular, mas também fortalece laços comunitários, contribuindo para a formação social e artística de pessoas de todas as idades e realidades.


A noite de muita Mvúka

Após as apresentações dos oficinandos, a noite seguiu ao som da banda Mamma Jazz, liderada por Guilherme Semmedo, arquiteto, artista plástico e músico nascido em Guiné-Bissau. Além de Guilherme, a banda é composta por Ainna Semmedo, Di Góes, Lucas Silva e Rafael.


O show trouxe um repertório vibrante que ressignifica valores ancestrais, misturando composições autorais, como Didi Men e Nô Kana Disquecy, com clássicos de grandes nomes como Dona Ivone Lara e Gilberto Gil.


A presença de Mamma Jazz no Mvúka reforçou o diálogo entre culturas afro-diaspóricas e a valorização da música como expressão de resistência e identidade. Para o público, foi um convite a se conectar com ritmos que atravessam fronteiras, um espaço de celebração e troca cultural.




A importância do Mvúka

O Mvúka nasceu em 2019, fruto da iniciativa dos batuqueiros negros da Nação Pé de Elefante, com o propósito de valorizar e compartilhar suas origens. Desde então, o evento tornou-se um espaço de fortalecimento da cultura afro-brasileira e da luta contra o racismo e a intolerância religiosa.


Além das apresentações artísticas, ele promove diálogos sobre temas como preconceito, religiosidade e identidade, contribuindo para a educação e conscientização da comunidade pessoense.


Por meio de oficinas, apresentações e feiras criativas, o Mvúka fomenta a inclusão e a diversidade, oferecendo um ambiente onde todas as pessoas podem se sentir representadas. A cada edição, o evento reforça o compromisso do Pé de Elefante com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e consciente de sua rica herança cultural.


O Mvúka é mais que um evento, é um movimento de resistência e celebração. Ele conecta passado e presente para reforçar que a cultura afro-brasileira é parte essencial da identidade de João Pessoa e do Brasil.



Axé e até a próxima celebração!



 
 
 

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